segunda-feira, 7 de outubro de 2013

As origens da Guarda Real de Polícia.


   Considerações Gerais

   Para entendermos a complexa construção da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, precisamos alcançar os primórdios da História do Brasil, mais precisamente na ocasião da vinda da família real portuguesa para o nosso país em 1808.
   Nossa instituição, que passou de seu bicentenário no ano de 2008, está intimamente ligada aos mais diversos eventos de nossa história, sendo partícipe vital, inclusive, em muitos destes acontecimentos.
   No século XVIII, Napoleão Bonaparte e seus exércitos franceses estavam em franca expansão por todo o território continental europeu. Notável exceção, porém, era o império britânico, que despontava como principal oponente e entrave às pretensões do imperador francês.
   Ainda assim, a França conseguiu, sobretudo após a decretação do 'Bloqueio Continental', dominar várias nações diretamente e o próprio comércio por toda a Europa. No entanto, o império britânico não tinha rivais com relação à sua marinha de guerra e frotas mercantes. Isso ficou evidente com o desfecho da Batalha de Trafalgar, uma estrondosa derrota das forças navais francesas.
   Neste meio tempo, Portugal foi pressionado a aderir o Bloqueio Continental e a sujeitar-se ao comando do jovem imperador Napoleão. À frente de sua nação, secretamente D. João VI planeja a retirada de toda a côrte portuguesa tendo como destino a sua colônia sul-americana, o Brasil. Todo esse processo contou com o auxílio da esquadra britânica, que realizou a escolta até nossas terras tropicais. Em consequência, os portos brasileiros foram abertos às nações amigas, o que incluía a Grã-Bretanha. Essa manobra, sem sombra de dúvidas, enfraqueceu sensivelmente o bloqueio continental imposto pelos franceses e continuou a estimular a indústria inglesa e seu comércio.
   A vinda da família real para o Brasil também estimulou obviamente todos os setores da até então colônia. Instituições e muita infra-estrutura foram trazidos ou criados com a vinda da côrte.

   A criação

   A segurança pública, na época, era executada pelos chamados "quadrilheiros", grupo formado pelo reino português para patrulhar as cidades e vilas daquele país, e que foi estendido ao Brasil colonial . Eles eram responsáveis pelo policiamento das 75 ruas e alamedas da cidade do Rio. Com a chegada dessa "nova população", os quadrilheiros não eram mais suficientes para fazer a proteção da Corte, então com cerca de 60.000 pessoas, sendo mais da metade escravos. 
Em 13 de maio de 1809, dia do aniversário do Príncipe Regente, D. João VI criou a Divisão Militar da Guarda Real de Polícia da Côrte (DMGRP). A DMGRP inicialmente foi formada por 218 guardas e era composta por um Estado-Maior, 3 companhias de Infantaria e uma companhia de Cavalaria. Seu primeiro comandante foi José Maria Rebello de Andrade Vasconcellos e Souza, ex-capitão da Guarda portuguesa. O mais famoso dos seus comandantes, porém, foi o terceiro: um brasileiro nato, o major de Milícias Miguel Nunes Vidigal, que inclusive é citado no livro "Memórias de um Sargento de Milícias". A DMGRP usava armas e trajes idênticos aos da Guarda Real da Polícia de Lisboa.


    A Guarda Real de Polícia passou por inúmeras modificações posteriores e que serão fruto de comentários e avaliações em postagens vindouras. É uma história riquíssima e seria extremamente desrespeitoso e leviano tratar em tão poucos parágrafos.

   Conclusões

    Faço constar aqui a profunda admiração que sinto pelo príncipe regente D. João VI. Personagem de nossa história controverso e que desperta o desprezo em alguns, é também respeitado por muitos outros, no que me incluo. Ele teve papel fundamental no conturbado panorama político que vigorava na Europa no final do século XVIII e início do século XIX. Defendeu o quanto pôde sua nação de uma potência estrangeira (França) que já tinha dominado praticamente todo o continente. Jogou firmemente com os ingleses em busca dos interesses lusitanos para chegar a conclusões e consequências favoráveis a ambos os lados. Eu o considero um exímio estrategista e político, conhecedor dos costumes da nobreza de seu tempo e seus pormenores. Além disso, abriu as portas, ao meu ver, para a futura industrialização brasileira criando toda a infra-estrutura necessária. 
   Foi nessa realidade que surgiu o embrião da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Em futuras postagens históricas veremos mais detalhes sobre a instituição.


 



 

domingo, 6 de outubro de 2013

Guarda Real de Polícia, o blog. O que é?

   Bem-vindos todos que por acaso tenham acessado o blog "Guarda Real de Polícia".
   Há algum tempo venho pensando em criar um espaço onde eu pudesse postar idéias e abrir espaço para comentários e considerações sobre a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Um espaço aberto, porém sério, para que todos nós que fazemos parte desta bicentenária e gloriosa instituição de segurança pública, ou, admiradores, interessados e críticos construtivos, possamos adquirir mais conhecimentos.
   Além disso, aqui você também encontra pensamentos e conclusões bem pessoais sobre assuntos cotidianos que atinjam nossa sociedade de qualquer maneira: política, entretenimento, filosofia, sociologia e, naturalmente, segurança pública.
   Espero que gostem. Desde já agradeço a visita e novamente, sejam todos bem-vindos!